Pericardite constritiva: uma patologia rara

Resumo

Introdução: A pericardite constritiva é uma alteração grave e progressiva do enchimento ventricular por um pericárdio pouco distensível, secundário a um processo de inflamação, fibrose e, em alguns casos, calcificação. Trata-se de uma doença rara, relacionada a fatores de risco como infecção por Mycobacterium tuberculosis, cirurgia cardíaca, radioterapia, traumatismo torácico, doença renal crônica e processos infecciosos bacterianos, parasitários e fúngicos, entre outros. A causa da pericardite constritiva é a insuficiência cardíaca direita, potencialmente reversível. Entretanto, o diagnóstico costuma ser tardio devido à dificuldade em estabelecê-lo; os métodos de imagem multimodais são ferramentas essenciais para orientar o diagnóstico. A correção cirúrgica é possível através da pericardiectomia. Caso clínico: Homem de 61 anos, com quadro de insuficiência cardíaca congestiva. A ecocardiografia transtorácica evidenciou rebote septal e sinais de congestão venosa
passiva; a tomografia computadorizada de tórax revelou uma extensa calcificação do pericárdio; a ressonância magnética cardíaca, contrastada com gadolínio, confirmou a constrição, e o paciente foi submetido à pericardiectomia, com evolução clínica favorável. Conclusões: A pericardite constritiva é uma doença rara e grave. O diagnóstico é complexo e, por isso, geralmente tardio; exige uma alta suspeita diagnóstica por parte do médico, além de treinamento nos diferentes métodos invasivos e não invasivos, com o objetivo de realizar um prognóstico oportuno, uma vez que se trata de uma
causa de disfunção diastólica progressiva e potencialmente tratável.